Fragmento etnográfico 20/01/2020 - Chegada à Barra Velha
- Marcio Maia Malta
- 14 de mar. de 2020
- 2 min de leitura
Atualizado: 17 de mar. de 2020
Seguimos pela estrada de terra depois de deixarmos a BR-101 para trás. Passamos por áreas de pasto das fazendas, eventualmente surgiam plantações de pimenta do reino. As áreas de mata aumentavam à medida que avançávamos, sempre entremeadas por plantações de eucalipto. Paramos uma vez para irmos ao banheiro. Foram quase duas horas na estrada quando Tanara anunciou que havíamos chegado à Barra Velha. Sinal inequívoco foi quando passamos por cima de um grande rio cuja cor achei com um aspecto estranho (eram as águas acinzentadas do rio Caraíva degradado pela Veracel). A partir daí, o cenário mudou, na estrada na qual passávamos havia areia que às vezes fazia o carro patinar suavemente. À esquerda, prevaleciam áreas de restinga, à direita, uma área aberta de campo mais rebaixada em relação à estrada, algumas partes pareciam áreas alagadiças ressecadas. Surgiam uns coqueirais (marcas da presença Pataxó) aqui e acolá, outros conjuntos de árvores isoladas. Cruzando com nosso carro já haviam passado algumas pessoas pilotando motos mas, ali, a frequência aumentara muito. E não somente motos, mas também bugues e quadriciclos, acelerados com desenvoltura por rapazes e moças que aparentavam idades entre 15 e 20 e poucos anos. À medida que o fluxo humano aumentava, eu ficava eufórico, esperando ver os primeiros sinais da festividade do São Sebastião. Depois de habitações isoladas, à esquerda, passamos por algumas casas que ficavam no fundo das restingas e separadas por cercas a intervalos regulares. Uma delas sinalizava em uma placa RESTAURANTE PATAXÓ. Seguimos, as construções agora espremiam a

estrada, o ambiente tornou-se mais empoeirado, adentrando um vilarejo com estradas entre as casas que seguiam à oeste, noroeste e leste. Tanara indicou o caminho à direita, passamos por uma ponte que guardava sob suas tábuas uma área alagadiça extensa, também ressequida mas com alguns espaços com água empoçada. Seguindo o caminho entre as casas, Tanara comentou que ali era o centro de Barra Velha e falou pra seguirmos à esquerda. Eu não avistei qualquer sinal da tão famosa festa. Fomos subindo a rua de terra, chegando no alto dessa elevação a rua continuava à direita mas na curva estava a casa da avó de Tanara.


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