Fragmento etnográfico 21/01/2020 - benzimento
- Marcio Maia Malta
- 14 de mar. de 2020
- 1 min de leitura
Atualizado: 15 de mar. de 2020
Depois de ir ao banheiro após retornar da visita ao ex cacique Zé Baraia, eu ia pelo quintal de Dona Guiomar, mais à frente, na caixa de água aberta sobre o chão estava o sr. João Cancela se refrescando. Eu o cumprimentei e, sem ter

premeditado, perguntei se podia me benzer. Ele perguntou o que eu tinha, respondi que era mau-olhado (de fato, estava preocupado com os ininterruptos infortúnios que vinham me acometendo desde às vésperas da viagem) e ele pediu que eu esperasse próximo a um tronco de coqueiro caído, no centro do quintal. Dez minutos depois, ele veio do fundo de sua casa no quintal com um pequeno ramo de folhas em uma das mãos. Pediu que eu me posicionasse de determinado modo e avisou que iria jogar o mal para a minha esquerda (posteriormente quando levantei o drone descobri que naquela direção estava o mar). Ele rezou o meu corpo três vezes pela frente e três vezes por trás, ao final rezamos o Pai-Nosso e ele disse que estava terminado. Enquanto eu ia na direção da cozinha para poder almoçar, o sr. João caminhou na direção de onde tinha jogado o mal, no limite lateral do quintal. Analisou o ramo de folhas que utilizou para me benzer e jogou fora pelo outro lado da cerca.



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